Liberdade, Amor e
Paz serão conquistadas instantaneamente tão logo você abandone as vasanas – as
impressões do passado que você guardou em sua memória. Se abandonar as vasanas
agora mesmo, você poderá ser livre e feliz, ficar em paz e no amor.
Pode-se viver bem
sem vasanas, sem desejos, assim como você vive bem quando tira seu chapéu ou o
casaco, sem ter perdido nada. Da mesma forma, se renunciar às vasanas – se você
renunciar às tendências do passado – ficará bem e feliz. Não é necessário
tempo, isto é tão fácil quanto destacar uma pétala de rosa. Não demanda tempo.
Você pode conquistar a liberdade, luz e sabedoria agora – instantaneamente você pode ser livre. Não é necessário um trabalho extenuante. Penitências, austeridades, mesmo meditações – apenas abandone-as. Esta noção de “eu estou preso” deve ser abandonada e instantaneamente você estará livre e feliz.
Você pode conquistar a liberdade, luz e sabedoria agora – instantaneamente você pode ser livre. Não é necessário um trabalho extenuante. Penitências, austeridades, mesmo meditações – apenas abandone-as. Esta noção de “eu estou preso” deve ser abandonada e instantaneamente você estará livre e feliz.
Estou muito feliz
em ver tantos buscadores da verdade aqui, em um só lugar, com o desejo de ser
livre. Isto nunca aconteceu antes. No passado, encontrávamos apenas casos
isolados daqueles que encontraram a liberdade. Dois mil anos atrás Siddhartha
se tornou o Buda. Ele teve que viajar de professor a professor; ele teve que
passar por todos os tipos de austeridades antes de finalmente apenas se sentar
sob a árvore bodhi em Bodhgaya e encontrar o silêncio. Nós não temos tempo para
fazer tudo isso.
Este ensinamento
é tão simples que nem é um ensinamento. É tão simples quanto destacar uma
pétala de uma rosa – é apenas desistir da noção de que você está preso, de que
tem que procurar pela liberdade em cavernas ou montanhas ou monastérios. A
liberdade é revelada dentro de você mesmo.
Um corvo pousou
num coqueiro e um coco caiu. Isto não cria um relacionamento entre o coco e o
corvo. Você pode atribuir a liberdade à meditação, sadhanas e esforço; mas
quando o coco caiu, caiu por ele mesmo, não por causa do corvo que pousou na
árvore.
Quando você
alcançar isso, pode atribuir a alguma sadhana, ou a ter estado com o mestre, ou
pode atribuir a ir ao Himalaia durante anos para contemplação ou a
longas austeridades e meditações, mas isto não tem nada a ver com estas coisas.
É simplesmente uma questão de permanecer em silêncio. Manter-se quieto por
apenas um momento, neste momento, e permitir que aconteça. Não interfira.
Apenas fique quieto e observe o que acontece. Este é um caminho muito simples
para a liberdade.
Você é livre. A
noção de que está preso tem sido empurrada para dentro de sua cabeça por seus
pais, sacerdotes, por sua sociedade. Se você se livrar de tudo isto,
instantaneamente vai entender que você é o que sempre foi. Se desistir de
tudo o que leu, ouviu, viu, tocou ou saboreou, libertando-se de todas as noções
passadas – o que permanece? Apenas você permanece – aquilo que você sempre foi,
o que sempre será e o que é agora.
O exercício,
sadhana ou caminho, não é algo para se tomar emprestado do exterior. Apenas
mantenha-se em silêncio e você conhecerá a libertação da tristeza e do
sofrimento.
Eu gostaria que
todos tentassem isso e compreendessem.
Papaji
Fonte: www.advaita.com.br
Observação
A "prisão" que Papaji se refere significa vasanas (condicionamento da mente),
ou seja, os desejos, ambições, os vícios do ego (o ego no controle), o sentido do fazedor. Por isso, ele
sugere desistir de todas as vasanas. Contudo, tem pessoas que só consegue essa
proeza, após longos anos de estudos e prática. Ramana Maharshi fala sobre isso, como veremos mais abaixo.
Em outro texto, ele diz para se livrar dos livros. Mas, ele mesmo, apesar de ter certo grau de despertar na infância, precisou também peregrinar e estudou com aproximadamente sete iluminados, como consta em sua biografia. Um deles foi Ramana Maharshi e o outro foi Nisargadatta Maharaj.
Ao se dedicar a sua missão, somente após se aposentar, mostra que ele não abriu mão dos vasanas tão rapidamente. Quanto a isso, Ramana Maharshi descreve detalhadamente mais abaixo.
Em outro texto, ele diz para se livrar dos livros. Mas, ele mesmo, apesar de ter certo grau de despertar na infância, precisou também peregrinar e estudou com aproximadamente sete iluminados, como consta em sua biografia. Um deles foi Ramana Maharshi e o outro foi Nisargadatta Maharaj.
Ao se dedicar a sua missão, somente após se aposentar, mostra que ele não abriu mão dos vasanas tão rapidamente. Quanto a isso, Ramana Maharshi descreve detalhadamente mais abaixo.
Por exemplo, no início, eu amava as coisas deste mundo e adorava as muitas distrações disponíveis, como a maioria das pessoas “normais”. Então, eu não podia abrir mão de tudo aquilo de repente (das vasanas), senão eu ficaria frustrado e entediado, como os indivíduos reprimidos.
Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. (I João 2:15)
Durante os estudos de conteúdos relevantes (busca espiritual), as distrações e os desejos (compulsões, vícios) foram sendo reduzidas aos poucos (sem repressão nem abstinência, ou pose de santo hipócrita), anos após anos.
Eu precisei transcender os conceitos intelectuais opostos: “pecado e santidade”, "riqueza e pobreza", "sucesso e fracasso", entre muitos outros pares de conceitos opostos. Eles me tolhiam, me
prendiam e me limitavam. Ou seja, quanto mais eu temia como sendo reais, mais
difícil ficava, porque eu atribuía poder.
Eu tive três vezes a experiência que Ramana Maharshi também denominou "vislumbre". Cada vez durou aproximadamente um mês, mas eu não sei exatamente a duração. Nestes estados alterados de consciência, eu nunca consegui determinar a duração. Eu sempre perco a noção de tempo. Nestes estados raro de consciência, eu sou o próprio Cristo na Terra, depois volto a ser uma pessoa comum.
Esta é a experiência comum de todos os iniciados, ainda identificados com as promessas enganosas da mente que mente (ambição, sentido do fazedor). O pai da mentira:
Te darei os reinos e a glória deste mundo, se prostrado, me adorares. (Mateus 4:8-9)
Vai-te, Satanás, ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás. (Mateus 4:10)
Como acontece com os demais iluminados, esta foi a última experiência de Jesus também.
É uma mensagem sutil quando Papaji diz que, ao "renunciar", ou melhor, ao se libertar das vasanas, não é necessário mais tempo, fica fácil, não demanda tempo. Inicialmente perdemos a sutiliza dessa afirmação, principalmente se ainda não abandonamos as vasanas.
Após abrir mão das vasanas, primeiro as compulsões naturalmente, pela compreensão entre o que é real e o que é irreal e depois abrir mão do ego no controle, soltar, deixar fluir. Mesmo assim, acontece, devido o hábito da mente, continuarmos acreditando que precisamos de mais de tempo para o despertar da consciência. Mas, de repente percebemos que estamos compreendendo muito mais que antes e explicando cada vez melhor sobre a consciência espiritual, sobre a nossa verdadeira Identidade, sobre quem realmente somos essencialmente.
O que determina o desperta de nossa consciência espiritual e o quanto nos dedicamos a compreensão da não dualidade (unicidade). A diferença entre o que é real e o que é irreal. Uma dedicação sincera, diária é o ideal. Sem tédio, caso realmente amamos isso e compreendemos sua importância.
O Autor.
Abordagem de Ramana Maharshi sobre esse assunto:
Pode o ego, que
está em cativeiro, sendo a mente [condicionada], tornar-se o Divino Ser,
simplesmente porque uma vez teve um vislumbre que ele é o Ser?
Isso não é possível sem a destruição da mente [condicionada]?
Pode, um mendigo tornar-se um rei por apenas visitar um rei, e declarar-se como
sendo um?
A realização leva tempo
para estabilizar a si mesma. O Ser certamente está
dentro da experiência direta de todos, mas não na forma como as
pessoas imaginam. Só se pode dizer que ele é como é.
Devido às flutuações dos vasanas
[desejos, vícios, ego no controle], [autossabotagem da mente], a Realização leva tempo para estabilizar-se.
A realização espasmódica (esporádica) não é suficiente para
impedir o renascimento, e não pode tornar-se permanente enquanto
existirem os vasanas.
Todos os vícios estão ao
redor do ego. Quando o ego se vai, a Realização resulta naturalmente.
Qual é o maior benefício
que pode ser atribuído a você? É a felicidade, e a felicidade é nascida da paz.
A paz só pode reinar onde não haja perturbação, e a perturbação se deve aos
pensamentos que surgem na mente [condicionada]. Quando a própria mente estiver ausente, haverá perfeita paz.
A menos que a pessoa
tenha aniquilado a mente [condicionada], ela não pode ganhar a paz e ser feliz.
E a menos que ela própria seja feliz, ela não pode outorgar felicidade aos
"outros".
Ramana Maharshi
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