Perguntar "Quem sou eu?"
significa realmente tentar descobrir a fonte do ego ou do
pensamento-"eu". Não é para você pensar em outras coisas, como
"eu não sou o corpo". Buscar a fonte do "eu" serve como um
meio de se livrar de todos os outros pensamentos.
Na pergunta "quem sou eu?", o "eu" refere-se ao ego. Ao tentar traçá-lo e encontrar a fonte dele, vemos que ele não tem existência separada, mas funde-se no "eu" real.
O Ser real é o "eu" infinito. Esse "Eu" é a perfeição. É eterno. Não tem origem e nem fim. O outro "eu" nasce e também morre. Ele é impermanente. Veja a quem os pensamentos cambiantes pertencem. Será descoberto que eles surgem após o pensamento "eu". Segure o pensamento "eu" e eles irão retroceder. Trace de volta para a origem do pensamento "eu". O Ser apenas irá sobrar.
Na pergunta "quem sou eu?", o "eu" refere-se ao ego. Ao tentar traçá-lo e encontrar a fonte dele, vemos que ele não tem existência separada, mas funde-se no "eu" real.
O Ser real é o "eu" infinito. Esse "Eu" é a perfeição. É eterno. Não tem origem e nem fim. O outro "eu" nasce e também morre. Ele é impermanente. Veja a quem os pensamentos cambiantes pertencem. Será descoberto que eles surgem após o pensamento "eu". Segure o pensamento "eu" e eles irão retroceder. Trace de volta para a origem do pensamento "eu". O Ser apenas irá sobrar.
O falso “eu” não pode existir sem o “eu” real
Pergunta: Começo a perguntar-me "Quem
sou eu?", elimino o corpo como não sendo "eu", a respiração como
não "eu", e não consigo ir adiante.
Bhagavan: Bem, isso é o mais longe que o
intelecto pode ir. O processo é apenas intelectual. De fato, todas as
escrituras mencionam o processo apenas para guiar o buscador para conhecer a
verdade. A verdade não pode ser apontada diretamente. Daí esse processo
intelectual.
Você vê, aquele que elimina tudo que
não é o "eu" não pode eliminar o "eu". Para dizer "eu
não sou isso" ou "eu sou aquilo" deve haver o "eu".
Esse "eu" é apenas o ego ou o pensamento "eu".
Após o surgimento desse pensamento "eu", todos os outros pensamentos surgem. O pensamento "eu" é, portanto o pensamento-raiz. Se a raiz é arrancada, todos os outros são automaticamente arrancados ao mesmo tempo. Portanto busque o "eu" raiz, questione-se "Quem sou eu?". Descubra a fonte dele, e então todas essas outras ideias irão se esvair e o puro Ser permanecerá.
Após o surgimento desse pensamento "eu", todos os outros pensamentos surgem. O pensamento "eu" é, portanto o pensamento-raiz. Se a raiz é arrancada, todos os outros são automaticamente arrancados ao mesmo tempo. Portanto busque o "eu" raiz, questione-se "Quem sou eu?". Descubra a fonte dele, e então todas essas outras ideias irão se esvair e o puro Ser permanecerá.
P: Como fazer isso?
B: O "eu" está sempre ali
- no sono profundo, no sono com sonhos e durante o estado de vigília. Aquele no
sono é o mesmo que aquele que fala agora. Há sempre o sentimento de
"eu". Caso contrário você nega sua existência? Você não nega. Você
diz "eu sou". Descubra quem é.
P: Eu medito neti-neti (não isso - não aquilo).
B: Não - isso não é meditação.
Descubra a fonte. Você deve alcançar a fonte sem falha. O falso "eu"
irá desaparecer e o "eu" real será realizado. O falso "eu"
não pode existir sem o "eu" real.
Existe agora a identificação errônea do
Ser com o corpo, com os sentidos, etc. Você prossegue descartando esses, isso é
neti (não sou isso). Isso pode ser feito apenas ao segurar-se naquele que não
pode ser descartado. Esse é iti (aquele que é).
P: Quando eu penso "Quem sou
eu?", a resposta vem "não sou esse corpo mortal, mas sou chaitanya,
atma (consciência, o Ser)". E repentinamente outra pergunta surge,
"por que atma vem para Maya (ilusão)?" ou em outras palavras,
"Por que Deus criou este mundo?"
B: Perguntar "Quem sou
eu?" significa realmente tentar descobrir a fonte do ego ou do
pensamento "eu". Não é para você pensar em outras coisas, como
"eu não sou o corpo". Buscar a fonte do "eu" serve como um
meio de se livrar de todos os outros pensamentos. Não deveríamos dar escopo
para outros pensamentos, tais como os que você mencionou, mas devemos manter a
atenção fixada em descobrir a fonte do pensamento "eu" ao questionar,
conforme cada pensamento que surge, para quem o pensamento surge. Se a resposta
for "eu tenho o pensamento" continue a inquirição perguntando
"quem é esse 'eu' e qual é a sua fonte?"
P: Devo meditar no "Eu sou Brahman" (aham brahmasmi)?
B: A escritura não tem a intenção de
fazer você pensar "eu sou brahman". Aham ("eu") é conhecido
por todo mundo. Brahman habita como aham em todos. Descubra o "eu". O
eu já é Brahman. Você não precisa pensar isso. Simplesmente encontre o
"eu".
P: As Sastras (escrituras) não
mencionam sobre descartar os invólucros (neti-neti)?
B: Após o surgimento do
pensamento "eu", ocorre a falsa identificação do "eu" com o
corpo, com os sentidos, com a mente, etc. O "eu" está associado
erroneamente com eles e o verdadeiro "eu" é perdido de vista.
Para peneirar o puro "eu" do "eu" contaminado, é mencionado esse processo de descartamento. Mas isso não significa exatamente o descartamento do não-Ser, significa encontrar o Ser real.
O Ser real é o "eu" infinito. Esse "Eu" é a perfeição. É eterno. Não tem origem e nem fim. O outro "eu" nasce e também morre. Ele é impermanente. Veja a quem os pensamentos cambiantes pertencem. Será descoberto que eles surgem após o pensamento "eu". Segure o pensamento "eu" e eles irão retroceder. Trace de volta para a origem do pensamento "eu". O Ser apenas irá sobrar.
Para peneirar o puro "eu" do "eu" contaminado, é mencionado esse processo de descartamento. Mas isso não significa exatamente o descartamento do não-Ser, significa encontrar o Ser real.
O Ser real é o "eu" infinito. Esse "Eu" é a perfeição. É eterno. Não tem origem e nem fim. O outro "eu" nasce e também morre. Ele é impermanente. Veja a quem os pensamentos cambiantes pertencem. Será descoberto que eles surgem após o pensamento "eu". Segure o pensamento "eu" e eles irão retroceder. Trace de volta para a origem do pensamento "eu". O Ser apenas irá sobrar.
P: É difícil seguir. Entendo a teoria. Mas qual é a prática?
B: Os outros métodos são destinados
para aqueles que não podem seguir a investigação do Ser. Mesmo para repetir
Aham Brahmasmi ou pensar nisso, um fazedor é necessário. Quem é ele? É o
"eu". Seja esse "eu". É o método direto. Os outros métodos
também finalmente irão levar todos à esse método da investigação do Ser.
P: Estou ciente do "eu".
Ainda assim meus problemas não estão acabados.
B: Esse pensamento "eu"
não é puro. Ele está contaminado com a associação com o corpo e os sentidos.
Veja para quem são os problemas. São para o pensamento "eu".
Segure-o. E então os outros pensamentos se esvaem.
P: Sim. Como fazer isso? Esse é o problema todo.
B: Pense "eu, eu",
segure-se nesse único pensamento até a exclusão de todos os outros.
P: Soham (a afirmação "eu sou
Ele") é a mesma coisa que "Que sou eu?"
B: Aham ("eu") apenas é
comum entre eles. Um é soham. O outro é Koham (quem sou eu?). Eles são
diferentes. Por que deveríamos seguir dizendo soham? Deve-se encontrar o
"eu" real. Na pergunta "quem sou eu?", o "eu"
refere-se ao ego. Ao tentar traçá-lo e encontrar a fonte dele, vemos que ele
não tem existência separada, mas funde-se no "eu" real.
Você vê a dificuldade. Vichara é
diferente em método da meditação Shivoham ou soham ("eu sou shiva, ou eu
sou Ele"). Eu prefiro colocar ênfase no Autoconhecimento, pois você está
primeiro preocupado com você mesmo antes que você prossiga para conhecer o
mundo e Seu Senhor.
A meditação Soham ou a meditação "eu sou Brahman" é mais ou menos um pensamento mental. Mas a busca pelo Ser de que eu falo a respeito é um método direto, de fato superior às outras meditações. No momento que você começa a procurar pelo Ser e vai cada vez mais fundo, o Ser real está te esperando lá para te pôr para dentro. Então o que quer que seja feito é feito por algo mais e você não tem participação nisso. Nesse processo, todas as dúvidas e discussões são abandonadas automaticamente assim como alguém que dorme, por certo tempo, esquece todas as suas preocupações.
A meditação Soham ou a meditação "eu sou Brahman" é mais ou menos um pensamento mental. Mas a busca pelo Ser de que eu falo a respeito é um método direto, de fato superior às outras meditações. No momento que você começa a procurar pelo Ser e vai cada vez mais fundo, o Ser real está te esperando lá para te pôr para dentro. Então o que quer que seja feito é feito por algo mais e você não tem participação nisso. Nesse processo, todas as dúvidas e discussões são abandonadas automaticamente assim como alguém que dorme, por certo tempo, esquece todas as suas preocupações.
P: Que certeza há que algo espera lá para me recepcionar?
B: Quando a pessoa é uma alma
suficientemente desenvolvida (pakvi) ela fica convencida naturalmente.
P: Como é possível o desenvolvimento?
B: Várias respostas são dadas. Mas
qualquer que tenham sido os desenvolvimentos prévios, o vichara acelera o
desenvolvimento.
P: Isso é discutir em círculo. Eu
sou desenvolvido, então me adéquo para a busca, mas a própria busca faz com que
eu me desenvolva.
B: A mente tem sempre esse tipo de
dificuldade. Ela quer uma certa teoria para satisfazer-se. Realmente, nenhuma
teoria é necessária para o homem que seriamente deseja se aproximar de Deus ou
realizar seu próprio ser verdadeiro.
P: Sem dúvida o método ensinado por
Bhagavan é direto. Mas é tão difícil. Não sabemos como começar. Se prosseguimos
dizendo "quem sou eu?, quem sou eu?" como um japa (repetição do nome
de Deus) ou um mantra, isso se torna enfadonho. Em outros métodos há algo preliminar
e positivo com o qual podemos começar e então seguir passo a passo. Mas no
método do Bhagavan, não há tal coisa, e procurar o Ser de uma vez, embora seja
direto, é difícil.
B: Você mesmo admite que ele é o
método direto. É o método fácil e direto. Quando ir atrás de outras coisas que
são externas a nós é tão fácil, como pode ser difícil para a pessoa ir para seu
próprio Ser?
Você fala sobre "onde começar?" Não há começo e nem fim. Se você está aqui e o Ser está em algum outro lugar, e você tem que chegar até esse Ser, pode lhe ser dito como começar, como viajar e então como chegar. Suponha que você que está agora aqui no Ramanasramam pergunte, "eu quero ir para o Ramanasramam. Como começar e como chegar lá?", o que diremos? A busca de um homem pelo Ser é como esse exemplo. Ele é sempre o Ser e nada mais.
Você diz que "quem sou eu?" se torna um japa. Não é pretendido que você deveria seguir dizendo "quem sou eu?" Nesse caso, ao perguntar-se "quem sou eu?", lhe é dito para concentrar dentro de si mesmo aonde o pensamento "eu", a raiz de todos os outros pensamentos, surge. Como o Ser não está fora, mas sim dentro de você, pede-se para você mergulhar internamente, em vez de ir para fora. O que pode ser mais fácil do que ir para você mesmo? Mas permanece o fato que para alguns, esse método parecerá difícil e não os atrairá. É por isso que tantos métodos diferentes tem sido ensinados. Cada um deles irão atrair alguns como o método mais fácil e melhor. Isso está de acordo com seu pakva ou aptidão. Mas para alguns, nada além do vichara marga (o caminho da inquirição) irá atraí-los. Eles irão perguntar, "você quer que eu saiba, ou veja isso ou aquilo, mas quem vê, quem é o sabedor?"
Qualquer outro método que seja escolhido, haverá sempre um fazedor. Disso não se pode escapar. Deve-se descobrir quem o fazedor é. Até lá, o sadhana não pode ser terminado. Então, eventualmente, todos tem de vir a descobrir "quem sou eu?"
Você reclama que não há nada preliminar ou positivo com o que começar. Você tem o "eu" para começar. Você sabe que você existe sempre, enquanto que o corpo não existe sempre, como por exemplo no sono profundo. O sono revela que você existe mesmo sem um corpo.
Nós identificamos o "eu" com um corpo, nós consideramos o Ser como tendo um corpo, e como tendo limites, e disso vem todos os nossos problemas. Tudo o que temos que fazer é deixar de identificar o ser com o corpo, com formas e limites, e então conheceremos nós mesmo como sendo o Ser que sempre somos.
Você fala sobre "onde começar?" Não há começo e nem fim. Se você está aqui e o Ser está em algum outro lugar, e você tem que chegar até esse Ser, pode lhe ser dito como começar, como viajar e então como chegar. Suponha que você que está agora aqui no Ramanasramam pergunte, "eu quero ir para o Ramanasramam. Como começar e como chegar lá?", o que diremos? A busca de um homem pelo Ser é como esse exemplo. Ele é sempre o Ser e nada mais.
Você diz que "quem sou eu?" se torna um japa. Não é pretendido que você deveria seguir dizendo "quem sou eu?" Nesse caso, ao perguntar-se "quem sou eu?", lhe é dito para concentrar dentro de si mesmo aonde o pensamento "eu", a raiz de todos os outros pensamentos, surge. Como o Ser não está fora, mas sim dentro de você, pede-se para você mergulhar internamente, em vez de ir para fora. O que pode ser mais fácil do que ir para você mesmo? Mas permanece o fato que para alguns, esse método parecerá difícil e não os atrairá. É por isso que tantos métodos diferentes tem sido ensinados. Cada um deles irão atrair alguns como o método mais fácil e melhor. Isso está de acordo com seu pakva ou aptidão. Mas para alguns, nada além do vichara marga (o caminho da inquirição) irá atraí-los. Eles irão perguntar, "você quer que eu saiba, ou veja isso ou aquilo, mas quem vê, quem é o sabedor?"
Qualquer outro método que seja escolhido, haverá sempre um fazedor. Disso não se pode escapar. Deve-se descobrir quem o fazedor é. Até lá, o sadhana não pode ser terminado. Então, eventualmente, todos tem de vir a descobrir "quem sou eu?"
Você reclama que não há nada preliminar ou positivo com o que começar. Você tem o "eu" para começar. Você sabe que você existe sempre, enquanto que o corpo não existe sempre, como por exemplo no sono profundo. O sono revela que você existe mesmo sem um corpo.
Nós identificamos o "eu" com um corpo, nós consideramos o Ser como tendo um corpo, e como tendo limites, e disso vem todos os nossos problemas. Tudo o que temos que fazer é deixar de identificar o ser com o corpo, com formas e limites, e então conheceremos nós mesmo como sendo o Ser que sempre somos.
Ramana Maharshi
Fonte: ricardo-yoga.blogspot.com
Fonte: ricardo-yoga.blogspot.com
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