Ver Deus é ser Deus. Não existe o
"tudo" aparte de Deus para ele permear. Apenas Ele existe.
Deus é necessário para a prática
espiritual (sadhana). Mas mesmo no caminho da devoção, o fim do Sadhana é
atingido apenas após a completa rendição. O que isso significa exceto que o
apagamento do ego resulta no Ser ficando como ele sempre foi?
Em qualquer caminho que for escolhido, o "eu" é inescapável, o "eu" que realiza ações altruístas (nishkama karma), o "eu" que anseia por se unir com o Senhor do qual ele sente estar separado, o "eu" que sente que se afastou da sua natureza real, e assim por diante. A fonte desse "eu" precisa ser descoberta. Então todas as questões serão resolvidas.
Em qualquer caminho que for escolhido, o "eu" é inescapável, o "eu" que realiza ações altruístas (nishkama karma), o "eu" que anseia por se unir com o Senhor do qual ele sente estar separado, o "eu" que sente que se afastou da sua natureza real, e assim por diante. A fonte desse "eu" precisa ser descoberta. Então todas as questões serão resolvidas.
O indivíduo não está aparte de Deus
Pergunta: Qual é o melhor caminho para
matar o Ego?
Bhagavan: Para cada pessoa o melhor caminho
é aquele que parece mais fácil ou que atraia mais. Todos os caminhos são
igualmente bons, pois levam ao mesmo objetivo, que é a fusão do Ego no Ser (Self).
O que o devoto (bhakta) chama de rendição, aquele que faz vichara
(investigação de si) chama de Jnana (conhecimento). Ambos estão apenas tentando
levar o Ego de volta para a fonte da qual ele surgiu e fazê-lo fundir-se lá.
Pergunta: A graça não pode acelerar tal competência
num buscador?
Bhagavan: Deixe isso para Deus. Renda-se
sem reservas. Uma das duas coisas precisa ser feita. Ou se renda porque você
admite a sua nulidade e inabilidade e requeira que uma força superior te ajude,
ou investigue a causa da miséria indo para a fonte e se funda dentro do Ser.
Pergunta: É bom amar a Deus, não é? Então
por que não seguir o caminho do amor?
Bhagavan: Quem disse que você não poderia
segui-lo? Você pode fazer isso. Mas quando você fala de amor, há dualidade. Não
existe a pessoa que ama e a entidade chamada Deus que é amada? O indivíduo não
está aparte de Deus. Assim amor significa que a pessoa tem amor pelo próprio
Ser (Self) dela.
Pergunta: É por isso que estou te
perguntando se Deus poderia ser adorado através do caminho do amor.
Bhagavam: Isso é exatamente o que eu tenho
falado. O próprio amor é a forma verdadeira de Deus. Se ao dizer, "eu não
amo isso, eu não amo aquilo", você rejeita todas as coisas, aquilo que
sobra é swarupa (Ser real), essa é a real forma do Ser. Ela é
contentamento puro. Chame-o de bênção pura, Deus, atma, ou do que você quiser.
Isso é devoção, isso é realização e é tudo.
Portanto, se você rejeita tudo, o que
permanece é o Ser apenas. Esse é o amor real. Aquele que conhece o segredo
desse amor, descobre o próprio mundo cheio de amor-universal.
Apenas a experiência de não
esquecer a consciência é o estado de devoção (bhakti),
experiência que consiste no relacionamento do amor real imperecível, pois o
conhecimento real do Ser, que brilha como a própria bênção suprema
indivisível, revela-se como sendo a natureza do amor.
Apenas quando a pessoa conhecer a
verdade do amor, o qual é a verdadeira natureza do Ser, o nó emaranhado da vida
será desatado. Apenas se a pessoa atingir as alturas do amor, a liberação será
atingida. Tal é o coração de todas as religiões. A experiência do Ser (o si
mesmo real) é só amor, que está vendo apenas amor, escutando apenas amor,
sentindo apenas amor, saboreando apenas amor, cheirando apenas amor, o qual é
bênção.
O estado puro de estar apegado à graça
(ao Ser), que é desprovida de qualquer apego, é o próprio estado de silêncio da
pessoa, que é sem qualquer outra coisa. Saiba que o silêncio - aquele
desempenho da incessante adoração verdadeira e natural, na qual a mente é
estabelecida submissivamente como o Ser uno, tendo instalado o Senhor no trono
do coração - é a melhor de todas as formas de adoração.
O maligno esquecimento do Ser, que nos faz cair daquele silêncio, é a não-devoção (vibhakti). Saiba que permanecer como aquele silêncio onde a mente retrocede ficando não-diferente do Ser, é a verdade de Shiva Bhakti (devoção a Deus).
O maligno esquecimento do Ser, que nos faz cair daquele silêncio, é a não-devoção (vibhakti). Saiba que permanecer como aquele silêncio onde a mente retrocede ficando não-diferente do Ser, é a verdade de Shiva Bhakti (devoção a Deus).
Quando a pessoa se rendeu completamente
aos pés de Shiva, assim tornando-se da natureza do Ser, a paz
abundante que resulta, na qual não há nem mesmo o menor espaço no Coração para
a pessoa fazer nenhuma reclamação sobre seus defeitos e deficiências, é somente
a natureza da devoção suprema. Dessa forma, a pessoa torna-se escrava de seu
Senhor; e fica quieta e silenciosa, sem nem mesmo o pensamento egoísta "eu
sou Seu escravo", significa permanecer no Ser, e esse é o conhecimento
supremo.
Pergunta: Sri Bhagavatan delineia
um caminho para encontrar Krishna no coração, ao nos prostrarmos perante todos
e olharmos todos como sendo o próprio Senhor. Esse é um
caminho que conduz à realização? Não é mais fácil adorar Bhagavan, não
importando o que surgir na mente, do que buscar o que está além da mente
através da inquirição mental "quem sou eu"?
Bhagavan: Sim, quando você vê Deus em tudo,
você pensa em Deus ou não? Certamente você tem que pensar em Deus se você quer
ver Deus por toda sua volta. Manter Deus na sua mente dessa maneira se torna
meditação (dhyana) e meditação é o estágio antes da realização.
A Realização só pode ser do Ser e no Ser (Self - o si mesmo real). Ela nunca pode ser aparte do Ser. Meditação deve preceder a realização, mas se você faz meditação em Deus ou no Ser, não faz diferença, pois o objetivo é o mesmo. De qualquer maneira, você não pode escapar do Ser.
Você quer ver Deus em tudo, mas não em si mesmo? Se tudo é Deus, você não está incluído nesse tudo? Sendo Deus você mesmo, é uma admiração que tudo seja Deus? Esse é o método que foi aconselhado no Sri Bhagavatan, e em outros lugares por outros. Mas mesmo para essa prática, tem que haver o sujeito que vê e o que pensa. Quem é ele?
A Realização só pode ser do Ser e no Ser (Self - o si mesmo real). Ela nunca pode ser aparte do Ser. Meditação deve preceder a realização, mas se você faz meditação em Deus ou no Ser, não faz diferença, pois o objetivo é o mesmo. De qualquer maneira, você não pode escapar do Ser.
Você quer ver Deus em tudo, mas não em si mesmo? Se tudo é Deus, você não está incluído nesse tudo? Sendo Deus você mesmo, é uma admiração que tudo seja Deus? Esse é o método que foi aconselhado no Sri Bhagavatan, e em outros lugares por outros. Mas mesmo para essa prática, tem que haver o sujeito que vê e o que pensa. Quem é ele?
Pergunta: Como ver Deus que está permeando tudo?
Bhagavan: Ver Deus é ser Deus. Não existe o
"tudo" aparte de Deus para ele permear. Apenas Ele existe.
Pergunta: O devoto (bhakta) requer
um Deus para o qual ele possa fazer a devoção (bhakti). Ele deve ser
ensinado que só existe o Ser, e não um adorador e o Adorado?
Bhagavan: É claro, Deus é necessário para a
prática espiritual (sadhana). Mas mesmo no caminho da devoção, o fim
do Sadhana é atingido apenas após a completa rendição. O que
isso significa exceto que o apagamento do ego resulta no Ser ficando como ele
sempre foi?
Em qualquer caminho que for escolhido, o "eu" é inescapável, o "eu" que realiza ações altruístas (nishkama karma), o "eu" que anseia por se unir com o Senhor do qual ele sente estar separado, o "eu" que sente que se afastou da sua natureza real, e assim por diante. A fonte desse "eu" precisa ser descoberta. Então todas as questões serão resolvidas.
Em qualquer caminho que for escolhido, o "eu" é inescapável, o "eu" que realiza ações altruístas (nishkama karma), o "eu" que anseia por se unir com o Senhor do qual ele sente estar separado, o "eu" que sente que se afastou da sua natureza real, e assim por diante. A fonte desse "eu" precisa ser descoberta. Então todas as questões serão resolvidas.
Este caminho (atenção ao
"eu"/investigação de si) é o caminho direto; todos os outros são
caminhos indiretos. O primeiro conduz ao Ser, os outros para outros lugares. E
mesmo se os outros chegarem ao Ser é apenas porque no fim levaram ao primeiro
caminho, o qual finalmente conduz todos os outros ao objetivo. Portanto, no fim,
o aspirante deve adotar o primeiro caminho. Por que não fazer isso agora? Por
que perder tempo?
Ramana Maharshi
Fonte: ricardo-yoga.blogspot.com
Continuação...
Tags
Ramana Maharshi