Sua personalidade é resultado de sua identificação com o corpo
O que você sabe sobre si mesmo? Você só pode ser o que é na realidade. Você só pode parecer o que não é. Você nunca se afastou da perfeição. Toda a ideia de melhoramento é convencional e verbal. Assim como o sol não conhece a escuridão, o ser não conhece o não-ser. É a mente que, por conhecer o outro, torna-se o outro. Mesmo assim, a mente é nada mais que o ser.É o ser que se torna o outro, o não-ser, e ainda assim permanece sendo o ser. Tudo o mais é suposição. Do mesmo modo que uma nuvem escurece o sol sem afetá-lo de qualquer modo, a suposição obscurece a realidade sem destruí-la. A própria ideia de destruição da realidade é ridícula; o destruidor sempre é mais real que o destruído. A realidade é o destruidor final. Toda separação, toda espécie de afastamento e alienação, é falsa. Tudo é um - esta é a solução final para todo conflito.
A ideia de ser uma pessoa se deve à ilusão do tempo e do espaço; você se imagina em um certo ponto e ocupando um certo volume; sua personalidade é resultado de sua identificação com o corpo. Seus pensamentos e sentimentos existem em sucessão, têm sua duração no tempo, e fazem com que você imagine a si mesmo, devido à memória, como tendo uma duração. Na realidade, o tempo e o espaço existem em você, mas você não existe neles. São modos de percepção, mas não os únicos. O tempo e o espaço são como palavras escritas no papel; o papel é real; as palavras, uma mera convenção.
Você nunca se afastou da perfeição
Pergunta: Tenho vindo, mais para estar com
você do que para escutá-lo. As palavras podem dizer muito pouco, muito mais
pode ser comunicado em silêncio.
Maharaj: Primeiro palavras, depois
silêncio. Deve-se estar maduro para o silêncio.
P: Posso viver em silêncio?
M: O trabalho altruísta leva ao
silêncio porque, quando você trabalha sem egoísmo, não necessita pedir ajuda.
Sendo indiferente aos resultados, se está disposto a trabalhar com os meios mais
inadequados. Não há a preocupação de estar muito bem preparado e bem equipado.
Nem tampouco pede reconhecimento ou assistência, simplesmente faz o que pode e
o que é necessário fazer, deixando o êxito ou o fracasso ao desconhecido.
Tudo é causado por inumeráveis fatores, dos quais o esforço pessoal é apenas um. Às vezes, pela magia da mente e do coração humanos, o mais improvável acontece quando a vontade e o amor humanos cooperam.
Tudo é causado por inumeráveis fatores, dos quais o esforço pessoal é apenas um. Às vezes, pela magia da mente e do coração humanos, o mais improvável acontece quando a vontade e o amor humanos cooperam.
P: O que está errado em pedir ajuda
quando o trabalho vale à pena?
M: Onde está à necessidade de pedir
ajuda? Isto meramente mostra fraqueza e ansiedade. Trabalhe, e o universo
trabalhará com você. Depois de tudo, a própria ideia de fazer o correto lhe
chega do desconhecido. No que diz respeito aos resultados, deixe-os ao
desconhecido; passe simplesmente pelos movimentos necessários. Você é só um elo
na longa cadeia de causação. Essencialmente, tudo acontece apenas na mente.
Quando você trabalha por algo com todo seu coração e firmeza, este algo
acontece, já que a função da mente é fazer que aconteçam as coisas.
Na realidade, nada falta e nada é necessário, todo trabalho só existe na superfície. Nas profundezas, há uma perfeita paz. Todos os problemas surgiram porque você definiu a si mesmo e, portanto, limitou-se. Quando não pensa que você é isto ou aquilo, todo conflito cessa.
Qualquer tentativa de fazer algo que solucione os seus problemas fracassará, pois o que é causado pelo desejo só pode ser desfeito pela liberação do desejo. Você se encerrou no tempo e no espaço, comprimiu-se ao lapso de duração de uma vida e ao volume de um corpo, e criou assim os inumeráveis conflitos da vida e da morte, do prazer e da dor, da esperança e do medo. Não pode libertar-se dos problemas sem abandonar as ilusões.
Na realidade, nada falta e nada é necessário, todo trabalho só existe na superfície. Nas profundezas, há uma perfeita paz. Todos os problemas surgiram porque você definiu a si mesmo e, portanto, limitou-se. Quando não pensa que você é isto ou aquilo, todo conflito cessa.
Qualquer tentativa de fazer algo que solucione os seus problemas fracassará, pois o que é causado pelo desejo só pode ser desfeito pela liberação do desejo. Você se encerrou no tempo e no espaço, comprimiu-se ao lapso de duração de uma vida e ao volume de um corpo, e criou assim os inumeráveis conflitos da vida e da morte, do prazer e da dor, da esperança e do medo. Não pode libertar-se dos problemas sem abandonar as ilusões.
P: Uma pessoa é naturalmente
limitada.
M: Não existe a pessoa. Existem
apenas restrições e limitações. A soma total destas define a pessoa. Você crê
que conhece a si mesmo quando sabe que você é. Mas você nunca sabe quem é. A
pessoa meramente parece ser, como o espaço dentro do pote parece ter a forma, o
volume e o odor do pote. Veja que você não é o que você acredita ser.
Lute com todas as forças de que dispõe contra a ideia de que você pode ser nomeado ou descrito. Não é assim. Negue-se a pensar em si mesmo em termos disto ou daquilo. Não existe outra saída da miséria, que você criou para si mesmo, através da cega aceitação sem investigação. O sofrimento é uma chamada à investigação; toda dor necessita investigação. Não seja preguiçoso para pensar.
Lute com todas as forças de que dispõe contra a ideia de que você pode ser nomeado ou descrito. Não é assim. Negue-se a pensar em si mesmo em termos disto ou daquilo. Não existe outra saída da miséria, que você criou para si mesmo, através da cega aceitação sem investigação. O sofrimento é uma chamada à investigação; toda dor necessita investigação. Não seja preguiçoso para pensar.
P: A atividade é a essência da
realidade. Não há virtude em não trabalhar. Junto com o pensamento, alguma
coisa deve ser feita.
M: Trabalhar no mundo é duro,
privar-se de todo trabalho desnecessário é ainda mais duro.
P: Para a pessoa que sou, tudo isto
parece impossível.
M: O que você sabe sobre si mesmo?
Você só pode ser o que é na realidade. Você só pode parecer o que não é. Você
nunca se afastou da perfeição. Toda a ideia de melhoramento é convencional e
verbal. Assim como o sol não conhece a escuridão, o ser não conhece o não-ser.
É a mente que, por conhecer o outro, torna-se o outro. Mesmo assim, a mente é
nada mais que o ser.
É o ser que se torna o outro, o não-ser, e ainda assim permanece sendo o ser. Tudo o mais é suposição. Do mesmo modo que uma nuvem escurece o sol sem afetá-lo de qualquer modo, a suposição obscurece a realidade sem destruí-la. A própria ideia de destruição da realidade é ridícula; o destruidor sempre é mais real que o destruído. A realidade é o destruidor final. Toda separação, toda espécie de afastamento e alienação, é falsa. Tudo é um - esta é a solução final para todo conflito.
É o ser que se torna o outro, o não-ser, e ainda assim permanece sendo o ser. Tudo o mais é suposição. Do mesmo modo que uma nuvem escurece o sol sem afetá-lo de qualquer modo, a suposição obscurece a realidade sem destruí-la. A própria ideia de destruição da realidade é ridícula; o destruidor sempre é mais real que o destruído. A realidade é o destruidor final. Toda separação, toda espécie de afastamento e alienação, é falsa. Tudo é um - esta é a solução final para todo conflito.
P: Como é que, apesar de tanta
instrução e assistência, não progredimos?
M: Enquanto imaginarmos que somos
personalidades separadas, totalmente aparte das outras, não podemos compreender
a realidade que é essencialmente impessoal. Primeiro devemos conhecer-nos como
testemunhas apenas, centros de observação sem dimensão e atemporais, e então
compreender este imenso oceano de Consciência que é, ao mesmo tempo, a mente e
a matéria, e está além de ambas.
P: Seja o que for na realidade, eu
me sinto uma pessoa pequena e separada, uma entre muitas.
M: A ideia de ser uma pessoa se deve
à ilusão do tempo e do espaço; você se imagina em um certo ponto e ocupando um
certo volume; sua personalidade é resultado de sua identificação com o corpo.
Seus pensamentos e sentimentos existem em sucessão, têm sua duração no tempo, e
fazem com que você imagine a si mesmo, devido à memória, como tendo uma
duração. Na realidade, o tempo e o espaço existem em você, mas você não existe
neles. São modos de percepção, mas não os únicos. O tempo e o espaço são como
palavras escritas no papel; o papel é real; as palavras, uma mera convenção.
Que idade você tem?
P: Quarenta e oito anos!
M: o que o faz dizer quarenta e oito
anos? O que o faz dizer: estou aqui? Hábitos verbais nascidos de suposições. A
mente cria o tempo e o espaço e entende suas próprias criações como realidade.
Tudo está aqui e agora, mas não o vemos. Verdadeiramente, tudo existe em mim e
sobre mim. Não há nada mais. A própria ideia de "outro" é um desastre
e uma calamidade.
P: Qual é a causa da personificação,
da autolimitação no tempo e no espaço?
M: Aquilo que não existe não pode
ter uma causa. Não existe uma pessoa separada. Ainda do ponto de vista
empírico, é óbvio que tudo é causa de tudo, que tudo é como é porque o universo
inteiro é como é.
P: Mas a personalidade deve ter uma
causa.
M: Como chega a existir a
personalidade? Pela recordação. Ao identificar o presente com o passado e
projetando-o no futuro. Pense em si mesmo como algo momentâneo, sem passado ou
futuro, e sua personalidade se dissolve.
P: O "eu sou" não
permanece?
M: A palavra "permanece"
não se aplica aqui. "Eu sou" sempre é novo. Você não necessita
recordá-lo para que seja. De fato, antes que você possa experimentar qualquer
coisa, deve existir o sentido de ser. Neste momento, seu ser está misturado com
as experiências. Tudo o que você necessita é desatar o ser do nó das
experiências. Uma vez que tenha conhecido o ser puro, sem ser isto ou aquilo,
você o distinguirá entre as experiências e não será mais enganado pelos nomes e
pelas formas. A autolimitação é a própria essência da personalidade.
Nisargadatta maharaj
Fonte: ricardo-yoga.blogspot.com
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Nisargadatta Maharaj